O ponto focal dessa residência é a implantação; construída à partir da sua integração com um rio que passa pelo terreno, tinha como principal proposta a sensação por parte dos moradores da força que vem do rio, não apenas visualmente, mas também pelo som que ecoa por toda a casa.
O desenho do projeto foi inteiramente desenvolvido ao redor do espaço de reunião da família, a lareira. A base da casa é feita por rochas que se elevam do terreno, onde algumas superam o nível inferior e aparecem junto à lareira, trazendo o exterior para o interior e criando um núcleo vertical, que acaba sendo reforçado pela torre da chaminé, o ponto mais alto da casa.
A residência é constituída por duas partes: a casa principal dos clientes, construída entre 1936 e 1938, e o quarto dos hóspedes, finalizado em 1939. A casa original, formada por ambientes simples como uma sala de estar ampla e uma cozinha compacta no nível térreo; uma suíte principal, muito ampla, no segundo andar e no terceiro, um ambiente de estudo e o quarto do filho do cliente, Edgar Kaufmann.
Todos os ambientes da casa estão intimamente relacionados com o entorno natural. No pavimento térreo, uma escada conduz diretamente a sala de estar ao riacho. A circulação no interior da casa é realizada por meio de corredores estreitos e escuros, pensados para que os moradores tenham uma sensação de fechamento e acolhimento, se compararem com à abertura proposta à medida em que se aproximam dos ambientes principais.
A beleza desses espaços é evidenciada em suas extensões à natureza, realizadas com grandes varandas em balanço. Projetadas em ângulos retos, são elementos que garantem uma monumentalidade à casa e que vão muito além de sua função. Para a estrutura das varandas, Wright trabalhou com dois engenheiros, Mendel Glickman e William Wesley Peters. A solução encontrada foram os materiais empregados, assim a casa tomou uma forma de alvenaria definitiva, para mais uma vez, se relacionar com o lugar, enquanto as varandas são de concreto armado.
A horizontalidade proposta pelo exterior da construção, é assim destacada pela presença das pedras e tijolos e principalmente pelas varandas que avançam sobre o rio. As janelas também apresentam uma condição especial, já que se abrem também nas esquinas da casa, procurando romper a configuração de caixa e permitindo a incorporação da natureza.
A perfeição nos mínimos detalhes da obra faz com que ela ultrapasse os limites de sua forma e estabeleça uma relação fundamental, que às vezes passa esquecida pelos arquitetos modernos, a relação harmônica entre arquitetura e natureza, onde a presença física e espiritual do homem se faz mais transparente.
Mais informações em: http://www.fallingwater.org/ e http://www.archdaily.com.br